segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ser Johnny Depp já não é o bastante

Ontem fui ao cinema ver “Inimigos Públicos”. E se eu dissesse que Johnny Depp vestido de gangster no poster promocional não me afetou absolutamente nada na hora de escolher o filme, eu estaria mentindo descaradamente. Sim, eu admito. Fui na doce ilusão de ver esse ator que sempre considerei muito talentoso (e lindo, oi) arrasar em mais um filme inusitado e intenso.
Qual não foi minha terrível decepção ao me deparar com um dos piores (PIORES!!) filmes vistos por minha pessoa no cinema esse ano.
Não houve um único acerto na direção de Michael Mann a começar pelo roteiro, que ele também assina. Um roteiro absurdamente ensosso, diga-se de passagem, que não só refletiu na superficialidade dos personagens, como resultou em diálogos dolorosamente enfadonhos que me fizeram querer enfiar minha cabeça numa privada e ali permanecer até o fim da sessão. Faltou carisma, principalmente no personagem de John Dillinger, desempenhado por Johnny Depp, cuja atuação deixou muito desejar. O tipo de carisma que faz com que o público se importe com os rumos tomados pela história e suas possíveis conseqüencias para a personagem central. No entanto, a única coisa em que eu conseguia pensar durante o filme era no quanto eu gostaria de tomar um sunday no McDonalds quando tudo aquilo acabasse. Tão deprimentes foram aquelas duas horas.
E se o próprio diretor não foi o responsável pela seleção da trilha sonora, eu realmente espero que alguém dê um tiro em quem foi. O que se espera da trilha sonora de um filme ambientado em 1944, na era de ouro dos gangsters ladrões de banco? Jazz, piano e o som de bebidas e cassinos clandestinos, certo? Quem me dera.
Imagine "Carmina Burana" como trilha sonora de "American Pie".... deu medo? Pois foi exatamente assim que me senti quando me dei conta da ridícula seleção das músicas desse filme. Canções melodramáticas como plano de fundo de cenas banais, cortes bruscos em solos instrumentais, clássicos dos anos 40 estrategicamente (e forçadamente) posicionados em cenas “supostamente” românticas, discrepância no timing e por aí vai...kill me.
Mas sabe-se que “Inimigos Públicos” foi baseado em fatos reais, e sabe-se também que a vida nunca é tão interessante quanto o que geralmente nos é retratado na telona, talvez por essa razão pudéssemos dar um desconto para os diálogos chatésimos do filme e as músicas mal enquadradas.... por uma questão de verossimilhança. No entanto, esse é outro ponto que realmente me intrigou. Tudo parece extremamente conveniente dentro da trama, como se os conflitos fossem arranjados apenas para que o público pudesse se deleitar com algumas cenas de ação e violência. Sem que essas fossem realmente necessárias. Faltou “pegada”, como bem disse minha amiga Meiry. E faltou charme por parte dos atores, que foram incapazes de seduzir o público e envolvê-los de forma convincente no universo obrigatoriamente sem escrúpulos da Grande Depressão americana.
Porque, pelo menos pra mim, já não basta ser Johnny Depp, vestir um terno estiloso e sair dando tiros com uma metralhadora. É preciso elegância e, principalmente, é preciso saber exatamente o que dizer nos momentos de crise.
E não, “Inimigos Públicos” não possui nenhuma frase de efeito. Nem umazinha.

Se ele ficar com a boquinha fechada, eu até pego. XD

2 comentários:

Patrícia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

ahahha..."eu não sei pq vc dispensou aquele homem com quem vc dançava, mas......*SUSPENSE..ESPERANDO FRASE DE EFEITO...eu gostei"....*broxa*

BYE-BYE black bird.......
hehehehehe