quinta-feira, 3 de julho de 2008

Síndrome de Análise @_@

Dia desses, em uma busca desenfreada por respostas (oh!), digitei no Google "poemas + william blake" na esperança de encontrar uma boa alma disposta a me auxiliar na análise de "The Tyger", do mesmo autor. Me deparei com dúzias e mais dúzias de blogs que traziam o bendito do tigre estampado em seus posts: "Esse poema é lindo." "Blake é tão intenso e profundo." "Meu poema favorito, de William Blake."
E o dito cujo, "The Tyger", aparecia nas mais diferentes cores e fontes. Análise do poema que é bom, nichts. Nadica de nada. Ou seja, encontrar Blake na net é o mesmo que não encontrar Blake na net. De qualquer forma, fiquei pensando (tsssss....). Por que postar a análise de um poema? O poema em si é o que realmente importa, não? É ali que reside o belo, certo?
Já nem sei, viu... Pra mim, a análise do poema tem um peso enorme! É tão (ou mais!) importante que o poema. É estranho isso... mas é como me sinto. Parece que o poema solto ali... não tem tanto valor... Acho que isso é mal de estudante de Letras (SAI DESSE CORPO QUE NÃO TE PERTENCE!!!).

Poesia é arte! Análise é.... sistematização da arte??
Como tentativa de me libertar do sistema opressor.... haushaushauhsas *nem eu me convenci agora* vou postar um poema lindo, profundo e intenso (aushuahsuahsahs) do mangaká Hiroaki Samura.

Não vou tentar analisar porque, realmente, eu não sei o que dizer sobre esse poema. Só posso dizer que ele me agrada muito, até me deixa meio inquieta quando eu leio! Não sei explicar...

O poema não tem título, e foi publicado no volume 07 de Blade - a lâmina do imortal (edição brasileira), mangá do mesmo autor.


Diante do espelho d'água que reflete a lua intacta
lembro-me de sua nuca desnuda.
Esqueço-me da minha condição
sigo firme, cego e tateando com as mãos
sigo léguas e léguas para o norte.
Rasgue suas mangas cor de carmim,
morrer, viver ou amar?
Menina, 16 anos, uma canção de outono.

Hiroaki Samura

3 comentários:

Anômima disse...

Não é só mal de estudante de Letras. Jornalista cultural e sociólogo também fazem isso. Que o diga minhas aulas de sociologia da cultura na faculdade de Jornalismo...

Patrícia disse...

Letras interfere até nas aulas de Direito Romano... às vezes fico lá, enquanto o professor ursinho mais-fofo fica divagando sobre contratos de propriedade, imaginando como eu encararia as aulas se não tivesse feito Letras. OMG, será que eu seria do fundão que escapa pro bar?! Ah, não, eu já fiz isso antes!

carol disse...

Tendi nada, achou ruim por não ter encontrado a análise do poema, volta e põe um poema sem análise '-'
Tudo bem que não se sinta confortável em analisar, enfim.
Os outros também não poderiam ter sentido o mesmo, Little? ;]