quinta-feira, 20 de março de 2008

O charme do mau gosto

Sabe aquela coisa tão horrível que você simplesmente não é capaz de desviar o olhar? Um fato chocante, ultrajante, desprezível? É.... aquele acidente de moto com miolos espalhados pelo asfalto.... ou aquele crime hediondo ocorrido nas proximidades do seu bairro. É impossível ficar indiferente diante do grotesco. Ele fascina porque é um tapa na cara de tudo aquilo que acreditamos e seguimos. "O quê? O que aconteceu? Quem morreu? Trinta e seis facadas? Que horror! Mas quando foi isso? Mas quem era o cara? Nossa! Sério?"
Admita. O seu interesse está aqui.
Ontem me disseram que "Rambo" é um péssimo filme. (Ah, Jaques.... vai dizer agora que Rambo é um ótimo filme? *_*) Não vou. Mas também não vou dizer que é péssimo. Já que admitir que você tem um problema é o primeiro passo para a cura, vou admitir que eu costumava achar esse um filme ridículo. Qual é a do cara com a metralhadora?*_* Eu não tenho idéia. É simplesmente isso, ué! Um cara com uma metralhadora. "Ah, então não vamos perder nosso tempo assistindo essa porcaria, já que ela não contribuirá em nada para o desenvolvimento de nosso senso crítico...."
CUMA??? *_* É pra isso que você vai ao cinema? Pra desenvolver seu senso crítico? Eu vou pra viver tudo aquilo que eu não sou! Eu vou porque eu não suporto ser "eu" às vezes. Basicamente isso.
Fui com a Patrícia *a iluminada* assistir Rambo IV no cinema esses dias.... e ouvi Sylvester Stallone proferindo palavras que poderiam muito bem ter saído da minha cabecinha e até postadas aqui. Me identifiquei. (aff... não acredito que usei essa expressão....) De qualquer forma, percebi que Rambo sou eu, Rambo é você, Rambo é o mundo.... e eu não tô nem um pouco a fim de julgar o cara fortão com a metralhadora.... ele não tá preocupado em modelar minha mente e orientar minhas ações.... ele deixa isso a cargo dos filmes respeitáveis.
E assim, ganha o meu respeito.

"Quem são eles pra me julgar? Quem são eles?? A menos que tenham sido eu e tenham estado onde estive, eles não têm idéia do que estão falando!" (Rambo - "First Blood" - 1982)

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